Você, que nunca partiu

Você ficou.
Mesmo quando foi embora,
ficou.
Como uma sombra que não se dissolve no entardecer,
um perfume que insiste nas paredes do quarto,
uma memória que se nega a dormir.

Tentei te arrancar de mim,
juro que tentei.
Cavei poços profundos dentro do peito,
escondi teu nome nas gavetas da memória.
Mas você…
Você ainda habita meus sonhos,
como um grito que se recusa a se calar.

E eu?
Eu me pergunto:
Por que insisto em acreditar em você?
Por que ainda ofereço meu coração
a alguém que o rasgou tantas vezes?
Talvez seja porque,
mesmo na dor mais lancinante,
ninguém se compara a você.

Nós sonhamos uma vida inteira bordada de felicidade.
Mas o vento veio,
e nossos castelos de cartas desabaram.
Sobraram os escombros,
e entre eles,
a minha saudade.

Quando a noite é mais longa que o dia,
eu imagino o que seríamos
se não tivéssemos nos perdido.
Se o amor,
esse danado,
tivesse sido maior que nossas falhas.
Mas a vida não é feita de “e se”.
Ela é feita de “o que restou”.

Você deixou solidão no seu rastro,
marcou meu peito com cicatrizes
que ainda ardem na chuva.
E, no entanto,
eu admito:
ninguém foi como você.
Nem antes,
nem depois.

Essa é a dor que carrego.
A dor de saber que o que vivemos
não se repete,
que você é uma ferida que não fecha,
um pedaço de mim que nunca será inteiro.

E tudo bem.
Porque, apesar de tudo,
eu vivi você.
Mesmo na dor,
mesmo no silêncio,
você ainda é parte de mim.
E agora…
Agora eu aceito.

— Antônio Reis

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Nascido em Juruaia, a famosa Capital da Lingerie em Minas Gerais, descobri minha paixão pela escrita em 2011 e desde então escrevo como um passatempo gratificante. Como criador do site Verdadeiramente.com.br, busco compartilhar minhas reflexões e perspectivas únicas sobre a vida. Meu objetivo é inspirar e desafiar as pessoas a pensar de maneira diferente, enquanto compartilho minha jornada pessoal de autoconhecimento.

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