Onde o amor mora
Hoje o dia amanheceu vestido de você.
Havia um cheiro doce no ar,
como se o vento trouxesse notícias tuas
sopradas por Deus.
E eu sorri.
Sorri porque o amor tem cheiro,
tem gosto,
tem cor.
E hoje ele é azul —
como o céu sem nuvens
que espreita a minha janela.
Eu te amo,
e o amor é leve!
É como água limpa escorrendo pelas mãos,
é como riso de criança que explode sem razão.
Não há dor,
não há medo,
não há despedida aqui.
Aqui, onde o amor mora,
ele dança nas pontas dos pés,
ele se espalha como sol no fim da tarde.
Aqui, o amor tem o tamanho certo
de tudo o que sou.
Eu olho pra você e vejo casa.
Uma casa sem trancas,
sem relógios,
onde o tempo dorme e a vida acorda.
Eu olho pra você e vejo mar.
Um mar calmo,
onde as ondas vêm só para dizer baixinho:
“Fica.”
E eu fico.
Fico inteiro,
desarmado,
sem medo de ser menos ou mais.
Eu fico porque amar você
é como voltar pra dentro de mim mesmo.
É reconhecer no teu abraço
o lugar onde quero estar.
Ah, o amor…
Ele é tudo aquilo que disseram,
mas também é o que ninguém soube explicar.
É o teu nome misturado ao meu,
é a vida sendo grande
dentro do espaço de um beijo.
Eu quero amar você todos os dias,
com a simplicidade das coisas eternas.
Quero as manhãs com cheiro de café e pão quente,
as tardes de pés descalços,
as noites de histórias baixinho,
entre risos e promessas que o tempo há de cumprir.
E quando o dia for embora,
quero ver as estrelas nos teus olhos,
brilhando como brilham agora,
porque amar é isso:
É saber que o mundo lá fora existe,
mas que ele perde o sentido
quando te tenho perto.
Hoje o amor é simples.
É nosso.
É tudo o que cabe dentro de um sorriso.
E eu te amo.
Sem pressa,
sem porquês,
sem talvez.
Eu te amo porque a vida quis assim:
bonita,
leve,
cheia de nós dois.
— Antônio Reis