O grito da minha alma
A certeza de que não há saída me atinge como um golpe certeiro. É um peso insuportável, uma verdade dolorosa que preciso encarar, mesmo que a minha alma proteste em silêncio. A impotência me consome, e não há outra opção a não ser aceitar.
É como se o destino, com suas mãos cruéis, tivesse delineado meu caminho, ignorando por completo meus anseios e desejos. A esperança, que antes dançava em meus olhos, agora se transforma em uma sombra distante, e sinto a necessidade de desaparecer, como se o ato de recuar do querer pudesse amenizar a dor que me afoga.
A solidão se torna meu único refúgio, um lugar sombrio onde posso me perder nas dobras da tristeza. A distância, que antes era apenas física, agora se torna uma barreira intransponível, separando-me da luz que outrora iluminava meus dias. Aceitar a realidade parece ser a única escolha, mesmo que essa aceitação seja um veneno amargo que engulo a contragosto.
A cada passo que dou em direção ao afastamento, sinto como se estivesse deixando para trás pedaços de mim mesmo. As lágrimas rolam, silenciosas, como testemunhas mudas da minha dor. É como se a resignação fosse uma ferida aberta, uma marca que se aprofunda a cada respiração, lembrando-me constantemente da desesperança que se instalou em meu peito.
A solidão é uma canção triste que ressoa em minha mente, um lamento que parece não ter fim. A escuridão se instala, e a tristeza se torna minha única companheira, enquanto as lágrimas se transformam em palavras não ditas, perdidas na vastidão do meu próprio sofrimento. Aceitar o inaceitável é um fardo que carrego sozinho, e a vida, antes cheia de promessas, agora se desenrola diante de mim como um filme sem enredo.
Na penumbra da minha submissão ao destino, caminho pelos corredores vazios da minha alma, onde as palavras se perdem no silêncio. Cada respiração é um suspiro pesado, e o vazio que carrego se torna mais palpável a cada momento. Às vezes, parece que estou afundando num oceano de tristeza, onde a esperança é apenas uma lembrança distante, desvanecendo-se como uma estrela que perde seu brilho.
E agora afundo-me na escuridão da minha própria desolação, enquanto as sombras da tristeza me envolvem como um manto gélido. Cada palavra não dita, cada lágrima derramada, são fragmentos de um sofrimento que carrego, como se a aceitação da minha própria desgraça fosse o único caminho possível.
— Antônio Reis