Desabafo de um sonhador

Um dia ousei sonhar, permiti-me acreditar que o mundo poderia ser mais do que sombras desenhadas em meu peito cansado. Abri meu coração para o calor dos sonhos, ansiando por um amanhã repleto de promessas que sussurravam em minha mente. No entanto, fui recebido à porta cerrada da realidade, onde a frieza do concreto abafou a melodia suave dos meus devaneios.

Bateram-me com palavras cruéis, como chicotes que rasgam a carne da esperança. Acusaram-me de ser um sonhador, como se o simples ato de alçar voo nas asas dos pensamentos fosse crime. Os olhares julgadores perfuraram minha alma como facas afiadas, dilacerando a inocência que ousou colorir o cinza que me cercava.

Fui relegado ao canto dos incompreendidos, onde a solidão se tornou minha única companheira, e o eco das minhas aspirações reverbera em um vazio angustiante.

No silêncio amargo dessa desilusão, guardo as cicatrizes invisíveis da ousadia de sonhar. As lágrimas, agora, são as tintas que derramo sobre o quadro desbotado dos meus anseios. O peso das portas fechadas se tornou um fardo pesado demais para carregar, e o rótulo de sonhador, uma marca queimada em minha pele como um estigma.

— Antônio Reis

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Nascido em Juruaia, a famosa Capital da Lingerie em Minas Gerais, descobri minha paixão pela escrita em 2011 e desde então escrevo como um passatempo gratificante. Como criador do site Verdadeiramente.com.br, busco compartilhar minhas reflexões e perspectivas únicas sobre a vida. Meu objetivo é inspirar e desafiar as pessoas a pensar de maneira diferente, enquanto compartilho minha jornada pessoal de autoconhecimento.

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