Faça-se mar

Quero tocar o gelo do seu peito
com as pontas dos meus dedos febris,
derreter as manhãs trancadas
que dormem na caverna dos seus silêncios.

Há um inverno morando em você,
um frio que morde a ternura,
mas eu venho com o fogo lento dos que amam,
sem pressa e sem medo,
pronto para acender as marés esquecidas
que a sua solidão congelou.

Se me deixar,
deslizo pelas suas muralhas de névoa,
desfaço cristais na força morna da minha voz
até que seu peito, salgado e livre,
aprenda outra vez o nome do mar.

Que venham ondas
onde antes só havia pedra.
Que venham pássaros
onde só o silêncio pousava.
E que o frio,
feito memória,
se renda à febre branda
do meu abraço.

— Antônio Reis

Se você gostou, compartilhe com uma pessoa querida nas suas redes sociais:

Nascido em Juruaia, a famosa Capital da Lingerie em Minas Gerais, descobri minha paixão pela escrita em 2011 e desde então escrevo como um passatempo gratificante. Como criador do site Verdadeiramente.com.br, busco compartilhar minhas reflexões e perspectivas únicas sobre a vida. Meu objetivo é inspirar e desafiar as pessoas a pensar de maneira diferente, enquanto compartilho minha jornada pessoal de autoconhecimento.

You may also like...