Quando tudo terminar, quem saberá?
Minha vida desliza como a água que foge entre os dedos,
Tão breve e frágil como uma flor que murcha ao sol.
Era viva, resplandecente, até que a sombra a tomou,
E agora, o silêncio devora o que restou.
Por que os dias correm sem pressa de me ouvir?
Vejo rostos que se perdem, almas que desaparecem,
O mundo chora, mas ninguém escuta.
Eles caminham no escuro, mas eu os sinto em cada passo.
Minha história será curta assim como as palavras que guardei,
E, quando tudo terminar, quem saberá?
O tempo sempre foi ingrato,
Ainda assim, desejo mais um instante.
Um dia, dois dias, só para lembrar de como era sentir,
Deixe-me colecionar memórias antes que a luz apague de vez.
Por que tudo acaba antes de começar?
O silêncio responde com seu peso,
E a vida continua, indiferente à minha dor.
Minha vida, minha vida,
A dor não me ensinou a crescer,
Há algo na solidão que me puxa para baixo,
E o amor, que deveria ser âncora, me afoga.
— Antônio Reis