O que resta de mim
Não sei o que resta de mim depois de tantas perdas
Depois de tantos adeuses, tantas ausências
Depois de tantos sonhos desfeitos, tantas esperanças frustradas
Depois de tantos silêncios, tantas palavras não ditas
Não sei o que resta de mim depois de tantas feridas
Depois de tantos golpes, tantas cicatrizes
Depois de tantos erros, tantas culpas
Depois de tantos medos, tantas angústias
Não sei o que resta de mim depois de tantas mudanças
Depois de tantos caminhos, tantas viagens
Depois de tantos encontros, tantas partidas
Depois de tantos rostos, tantas memórias
Não sei o que resta de mim depois de tantas buscas
Depois de tantos anseios, tantas dúvidas
Depois de tantos mistérios, tantas revelações
Depois de tantos sentidos, tantas emoções
Não sei o que resta de mim, mas sei o que me falta
Falta-me o ar que respiro, a água que bebo
Falta-me a terra que piso, o fogo que aquece
Falta-me o corpo que abraço, o amor que vive
Falta-me você, que é tudo o que resta de mim.
— Antônio Reis