Despedi-me de ti
Despedi-me de ti, mas não de mim.
Despedi-me do que fomos, mas não do que sou.
Despedi-me do teu abraço, mas não do meu calor.
Despedi-me do teu olhar, mas não da minha luz.
Despedi-me do teu sorriso, mas não da minha alegria.
Despedi-me de ti, mas não da vida.
Despedi-me do que passou, mas não do que virá.
Despedi-me do teu beijo, mas não do meu desejo.
Despedi-me do teu corpo, mas não da minha pele.
Despedi-me do teu amor, mas não do meu amor-próprio.
Despedi-me de ti, mas não me perdi.
Despedi-me do que fomos, mas não me rendi.
Despedi-me do teu abraço, mas não me esfriei.
Despedi-me do teu olhar, mas não me apaguei.
Despedi-me do teu sorriso, mas não me entristeci.
Despedi-me de ti, mas não me limitei.
Despedi-me do que passou, mas não me arrependi.
Despedi-me do teu beijo, mas não me saciei.
Despedi-me do teu corpo, mas não me despi.
Despedi-me do teu amor, mas não me desamorizei.
Despedi-me de ti, mas não me esqueci.
Despedi-me do que vivemos, mas não me anulei.
Despedi-me do teu carinho, mas não me endureci.
Despedi-me do teu sussurro, mas não me calei.
Despedi-me do teu encanto, mas não me desencantei.
Despedi-me de ti, mas não me afastei.
Despedi-me do que sonhamos, mas não me desiludi.
Despedi-me do teu cheiro, mas não me inebriei.
Despedi-me do teu toque, mas não me contive.
Despedi-me do teu desejo, mas não me consumi.
Despedi-me de ti, mas não me despedacei.
Despedi-me do que fomos, mas não me destruí.
Despedi-me de ti, mas não me despedi.
— Antônio Reis