O inevitável fim
No limiar do tempo
Nós esperamos
Por dias que já se foram
E por sonhos que nunca virão
As palavras se tornam vãs
E a injustiça paira no ar
Para aqueles que partem
E para aqueles que ficam
Nós cantamos
Uma velha cantiga de saudade
Pela casa desaparecida
E pelos dias que não voltarão
E enquanto o corpo aguarda
A noite que se aproxima
Nós nos aferramos à esperança
De um novo amanhecer
Nós permanecemos
Neste limbo ocasional
A contemplar o passar do tempo
E a aceitar o inevitável fim.
— Antônio Reis