Talvez, lá no fundo, eu só quisesse ser amado de verdade
Talvez, lá no fundo, eu só quisesse ser amado de verdade. Mas não um amor de distâncias, que machuca com a ausência e faz sangrar um coração tão maltratado; mas, sim, um amor presente, forte e que tem a capacidade de curar.
Um amor que acordasse comigo todos os dias ao meu lado; um amor que estivesse comigo nos momentos mais difíceis e também nas minhas crises de choro e nos meus ataques de raiva. Um amor que pudesse me acalmar quando eu olhasse para o céu e não visse mais motivos para seguir em frente; um amor que me segurasse pela mão, me fazendo pensar uma segunda vez, antes de eu dar o próximo passo para o provável erro.
Um amor que dissesse ao pé do meu ouvido que tudo ficará bem e que ele estará comigo não importando o dia de amanhã; um amor que, assim como o de um pai para o filho, me ensinasse o que é certo e o que é errado. Um amor que me mostrasse a beleza da vida nos meus momentos de angústia e temor.
Um amor que me sustentasse e segurasse minhas lágrimas quando elas insistissem em escorrer pelo meu rosto. Um amor que, apesar de tudo, estivesse ali, firme e forte, e sem duvidar das coisas boas que poderiam vir dele.
— Antônio Reis